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Rede de Viveiros no Vale do Ribeira

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Encontro de produtores de nativas do Vale do Ribeira

O Encontro

No dia 29 de abril de 2015 foi realizado o primeiro Encontro de Produtores de Mudas Nativas no Vale do Ribeira. O evento contou com a participação de 80 pessoas, sendo realizado pela UNESP (Campus Experimental de Registro), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE),Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), Fundação Instituto de Terras de São Paulo (Itesp), Fundação Florestal, Instituto Florestal, Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN), Instituto Vidágua, Instituto para o Desenvolvimento Sustentável e Cidadania (Idesc) e Campanha Cílios do Ribeira. A proposta é formar uma Rede Regional de Viveiros no Vale do Ribeira para integrar e fortalecer empreendimentos comunitários e comerciais existentes na região. Atualmente, eles trabalham isoladamente e enfrentam dificuldades para atender à demanda crescente do mercado de plantas nativas, especialmente para compensação e recomposição florestal. A formação da Rede de Viveiros apoiará as comunidades da região do Vale do Ribeira a se apropriarem da tecnologia e se fortalecerem para competir no mercado. Em diagnóstico anterior foram identificados 30 viveiros de mudas nativas, entre comunitários e comerciais. Esta iniciativa faz parte das ações do projeto "Da semente à floresta: Formação de uma rede regional de Viveiros de Mudas nativas no Vale do Ribeira", financiado pelo Fehidro. Na primeira etapa foram realizadas capacitações sobre coleta de sementes e produção de mudas para 190 pessoas.

Foram realizadas três palestras. A primeira foi ministrada por Emmanuel Afonso Souza Moraes - Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes/Centro de Produção de Mudas (Itaberá) da CATI. Foram abordados o sistema de produção e venda algumas unidades, além das exigências da legislação para o Registro Nacional de Sementes e Mudas (RENASEM). Ressaltou-se a grande demanda por mudas que há no Estado de São Paulo. Foram levantadas diversas dúvidas pelos produtores, relacionadas ao cadastro de cultivares que não estão no sistema (a CATI pode ajudar a fazer o encaminhamento ao MAPA, segundo Emmanuel), se o cadastro pode ser feito por uma associação e sobre cadastro de matrizes.

A segunda palestra foi feita por Carlos Nogueira Souza Junior, do Viveiro Camará, produtor em larga escala, que enfocou padrões de qualidade para produção. Tem utilizado um tubete degradável (Ellepot). Não trabalham mais com mudas em saco plástico, por questões ergonômicas. Sempre se espera o crescimento do mercado para nativas, mas é bom consorciar com alguma espécie de mais saída (no caso deles, eucalipto), e saber administrar o volume de produção e a capacidade de escoamento. É bom ter alguns contratos fechados também, com empresas que tenham passivos, garantindo o escoamento. Segundo Carlos, para mensurar o padrão de qualidade, deve ser considerado o diâmetro de colo, raiz e, por último, altura. Raiz mais forte é mais importante que altura. A página eletrônica do viveiro é www. mudasflorestais.com.br.

A terceira palestra foi feita pelo engenheiro agrícola Ocimar Bim, do IDESC e Instituto Florestal, que abordou a demanda por mudas no estado de São Paulo, as oportunidades que podem ser trabalhadas pelos pequenos viveiros da região e um relato sobre a produção em Barra do Turvo e Cajati.
 

A realidade de Região

O que atrai o comprador para o Vale do Ribeira é a potencial de diversidade de espécies, entre elas, nativas, frutíferas, entre outros potenciais, que enriquecem a produção, e o fato das mudas serem provenientes de pequenos e médios agricultores, viveiros comunitários, quilombos, entre outras comunidades que com seu trabalho fomentam a produção sustentável na região.

 

Poucos tem quantidade para atender contratos individualmente, e a diversidade de espécies é algo a ser trabalhado. A Rede de Viveiros do Vale do Ribeira foi pensada para não descaracterizar os pequenos produtores e suas especificações.

Diversidade de espécies matrizes é um potencial da região.

Para ganhar mercado lá fora, precisa fortalecer o trabalho dos pequenos e planejar a produção. Distribuir o lucro para todos. Não se conhece os viveiros daqui, divulga-los é uma ação necessária.

Viveiros da Barra do Turvo começaram do zero. Em 2008 foi o início, dificuldades de escoamento. Mais recentemente, com assistência técnica, mercado de venda, isso melhorou. Sete anos de luta, falta de materiais, mas agora o grupo amadureceu, se fortaleceu e se uniu. Ter esperança e persistência. Não pode desistir por ter muda estocada.

Desafios

Caso a equipe de apoio (organizações) saiam do processo, essa rede tem condições de se manter?Como envolver os jovens? Quem não tem estrutura, como fazer? Precisam de capital de giro para começar a atividade (para esta situação, foi sugerido que se acesse financiamentos como o PRONAF, alertando que investimentos abaixo de R$10 mil não demandam fiador). Termos da própria CETESB acabam incluindo espécies que não são produzidas aqui. Encaminhar lista das espécies em produção para a CETESB.

Falta de semente - necessário organizar um sistema de coleta e de troca, para que os viveiros tenham diversidade.

Sugestões

As espécies nativas são, de muitas famílias na região, um renda complementar, e muitas vezes a única fonte de renda. Agregar na produção, espécies para arborização urbana, espécies madeireiras, frutíferas, ervas medicinais é uma forma de "enriquecer" seu portifólio de espécies oferecidas. 

Valorizar a Mata Atlântica e diversificar as oportunidades.

Essa rede pode ajudar a fortalecer o trabalho comunitário.

UNESP precisa fazer mais pesquisas com as espécies da região e disponibilizar esse conhecimento.

Capacitações que melhorem a produção (planejamento de produção, coleta e beneficiamento de sementes, compostagem, etc) e a gestão (rede, associativismo, cooperativismo)

Discutir estratégias para que se tenha volume de produção. Rede pode montar lotes de produção.

Rede pode viabilizar "contratos" para a produção garantida. Visitar empresas que estão fazendo compensações, para apresentar os viveiros.

Comunicação - utilizar a página eletrônica criada pelo projeto.

Disponibilizar / compartilhar o conhecimento dos mais velhos

Realizar trocas de sementes para aumentar a diversidade.

Eleger pontos focais dos viveiros, que podem ser o canal entre o SEBRAE, parceiros e produtores.

Rede se forma a partir do compartilhamento das habilidades. Valorizar os conhecimentos

Próximas ações

Responsáveis por mobilizar para ingresso na rede: 

Barra do Turvo - Jeferson (Iniciativa Verde) / Ocimar (Fundação Florestal)

Cajati - Tiago/Ocimar (Fundação Florestal)

Eldorado - Sidney (ITESP)

Iguape - Alaym (SEBRAE)

Juquiá e Miracatu - Lucas (Viveiro Raizes/UNESP)

Registro - Rogério Sakai (CATI)

Sete Barras - Sidenei França (Prefeitura)/ Gilberto Otah 

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